sábado, 7 de fevereiro de 2009

Solavancos de emoções.

A maior parte da nossa vida é composta de entretempos dos fatos que nos marcam, da vida que guardamos na memória. O tempo que perdemos em filas, engarrafamentos, no trabalho, quando esperamos olhando ansiosamente os minutos se desenrolarem. As horas tristes que lamento perder no trajeto de casa a qualquer lugar, os segundos que se foram, minha vida que se escoa sem ser vivida.
Constantemente tenho a sensação de que estou dormindo acordada, fazendo tudo mecanicamente, até a hora que desperto e preciso me localizar no tempo e espaço. Sempre fui assim, muito mais do que sou hoje e me parece que há poucos anos eu acordei e mais de vinte anos se passaram e eu tive que me esforçar para me manter acordada e realizar minha vida. Como se eu estivesse em um constante estado de transe e assim se desenrolaram os dias. É difícil se manter ligada e o tempo parece o entretempo até chegar em nada.
Um topor, um nada, o vazio corrosivo, o vácuo, a solidão. Tudo, no intervalo das horas da minha vida e eles vão se alongando, como são compridos. É difícil explicar essa vida que não parece a minha, essa pessoa que vive que não sou eu.

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