quarta-feira, 10 de junho de 2009

O homem que mendigava amor.

Ele sempre chegava assim, cabisbaixo e escondido atrás de uma expressão sonsa. Vinha humilde, mas com a alma inflada e cheia de orgulho, um orgulho medíocre de sua dor e da força desta. Com sua presença leviana, vinha me servir com suas palavras rasas e o seu ser, que sempre foi vazio, um imbecil arrogante. Esse era o homem que mendigava amor, um sentimento supremo para ele, preferencialmente platônico, essa era sua moeda de maior valia. Mas, amor era o que ele não entendia e não queria dar a ninguém. Queria sempre receber, mais e mais, mas o seu doar nunca chegou a ninguém, aquele seu amor mesquinho, dosado, quem poderia se contetar com isso. O amor não é filantrópico, é moeda de troca, cada qual exige sua parte. Mas esse meu caro mendigo, não era bom nesse tipo de contas, exaltando sua ignorância nesse ramo, sempre tinha que levantar as injustiças que sofria em suas transações. Mal sabia ele que quem levava prejuízo era quem que com ele resolvia negociar. O pedinte não repassa sua esmola a ninguém, quem poderia ser mais miserável que ele?

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